Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 699-1 | ||||
Resumo:Schinus weinmanniifolia Mart. ex Engl. é uma planta que pode ser encontrada na região Centro-Oeste do Brasil e no Paraguai. Diferente das outras espécies do gênero Schinus L., como a Schinus terebinthifolius Raddi que está associada ao tratamento de diferentes doenças em um contexto popular, S. weinmanniifolia apresenta apenas um registro de utilização popular na região do Paraguai, bem como, uma lacuna na literatura científica quanto as suas propriedades biológicas. Desta forma, levando em consideração a ausência de informações associadas as atividades bioativas de S. weinmanniifolia, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antifúngico e verificar o perfil de citotoxicidade em eritrócitos humanos e em células VERO de extratos etanólicos de caule e raiz de S. weinmanniifolia. A atividade antifúngica foi determinada por meio da concentração inibitória mínima (CIM) pelo método de microdiluição em caldo. As leveduras submetidas aos ensaios foram fornecidas pela American Type Culture Collection, sendo elas: Candida albicans (ATCC 90028), Candida glabrata (ATCC 2001), Candida krusei (ATCC 6258), Candida tropicalis (ATCC 750), Candida parapsilosis (ATCC 22019) e Cryptococcus gattii (ATCC 56990). As concentrações dos extratos analisados variaram de 0,24 a 250 µg/mL. A CIM foi considerada como a menor concentração dos extratos capaz de reduzir 50% do crescimento fúngico em comparação ao controle positivo. O fluconazol foi utilizado como antifúngico padrão. As concentrações de 0,24 a 500 µg/mL dos extratos de S. weinmanniifolia foram utilizadas para a determinação da citotoxicidade em eritrócitos humanos e em células VERO (ATCC CCL-81™) proveniente de rim de macaco verde africano. Ambos os testes foram expressos em concentração capaz de causar 50% citotoxicidade (IC50). Os resultados obtidos demostraram que o extrato etanólico do caule apresentou CIM que variou de 0,97 a 1,95 µg/mL e o extrato etanólico da raiz obteve CIM entre 0,48 a 1,95 µg/mL frente as leveduras avaliadas, sendo estas, CIM menores em comparação com o antifúngico fluconazol. No ensaio de atividade hemolítica ambos os extratos apresentaram IC50 >500 µg/mL, sendo classificados como não hemolíticos. No ensaio de citotoxicidade em células VERO os extratos etanólicos do caule e da raiz apresentaram IC50 superior as concentrações necessárias para a atividade antifúngica. Os resultados encontrados, além de serem inéditos, são promissores devido aos baixos valores de CIM para as leveduras avaliadas e a ausência de citotoxicidade nas concentrações associadas a atividade antifúngica, corroborando assim, para a valorização da espécie S. weinmanniifolia, potencialização do conhecimento etnofarmacológico e contribuição para novas vertentes de estudos complementares para desenvolvimento e avaliação de possíveis fitoterápicos. Palavras-chave: Schinus weinmanniifolia, extratos, atividade antifúngica, citotoxicidade Agência de fomento:Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) |